Nascido em São Joaquim da Barra, interior de São Paulo, o corredor chama a atenção à primeira vista por carregar consigo uma grande cicatriz na cabeça e outras um pouco menores no peito e no braço esquerdo. As marcas são o resultado de um acidente doméstico com uma panela de óleo quente aos 10 meses de idade.
Por conta do problema, Alison ficou internado em um hospital por mais de dois meses antes de receber alta. Vinculado à cicatriz na cabeça, o paulista possui uma falha no cabelo, que o dá uma aparência de bem mais velho.
Na adolescência, Allison apelido o apelido pelo qual é conhecido no meio do atletismo: Pio. O motivo é a semelhança com outro “Pio” da sua cidade natal.
Histórias de vida à parte, Pio teve uma ascensão rápida no atletismo, esporte que começou a praticar ainda novo. Aos 16 anos, ele já competia entre adultos nos 400m com alunos e nos 400m rasos. A partir de 2018, Alison estendeu o seu talento para provas internacionais.
Este ano, o atleta confirmou o bom momento ao conquistar o ouro dos 400m com barreira nos Jogos Pan-Americanos de Lima com o tempo de 48s45. O melhor, porém, ainda estaria por vir. Em Doha, Alison passou pela sua eliminatória com 49s66 e ainda venceu sua bateria da semifinal com 48s35. Apesar da ótima marca, o paulista revelou o seu alto grau de exigência ao falar rapidamente com jornalistas na zona mista do Estádio Khalifa.
– Apesar de ter feito um bom tempo, cometi erros bobos e posso melhorar ainda mais nessa final. Eu treino muito e o treino me dá confiança para saber exatamente o que eu posso fazer. Eu estou me sentindo bem, sem peso algum e sei que posso melhorar ainda mais – comentou.
Paulista foi campeão dos jogos Pan-Americanos este ano, em Lima – Foto: Wagner Carmo / Panamerica Press / CBAt
Pio chega à final do Mundial de Doha com o segundo melhor tempo entre os semifinalistas. À frente do brasileiro está apenas o norueguês Karsten Warholm, que correu uma semifinal em 48s28. Os demais candidatos ao pódio são o turco Yasman Copello (48s39 na semi) e o argelino Abdelmalik Lahoulou (48s39). O Brasil nunca conquistou uma medalha nos 400m com barreira em um Mundial.